Entende-se como secagem a extracção de um líquido (água) de um qualquer material, de forma a obter-se um material seco, por meio da transformação da água contida no material, em vapor de água seguida da evaporação do vapor de água para a ambiência. A secagem dos materiais de construção porosos com comportamento higroscópico, os mais correntemente utilizados em Engenharia Civil, ocorre em secagem natural, até um teor de humidade de equilíbrio, que é função da humidade relativa do meio em que decorre a secagem.
A partir desse nível de teor de humidade a secagem do material só prosseguirá por recurso a processos artificiais (centrifugação, vácuo, estufa, etc.).
Quando um material de construção, saturado, é colocado numa ambiência com temperatura e humidade relativa constantes, podem distinguir-se três fases distintas no processo de secagem.
Uma primeira fase onde o fluxo de secagem é constante. Nesta fase o transporte da água líquida, contida no corpo saturado, faz-se do interior para a superfície do material, por intermédio das forças capilares. A quantidade de água transportada para a superfície do corpo é superior à quantidade de água na forma de vapor que o material liberta por evaporação. A quantidade de água evaporada nesta fase é aproximadamente constante.
A partir do instante em que a quantidade de água transportada para a superfície do corpo, é inferior à quantidade de água na forma de vapor que o material liberta por evaporação, inicia-se a segunda fase do processo de secagem. Durante esta fase do processo de secagem o transporte de água líquida do interior para a superfície do material vai-se reduzindo progressivamente, mantendo-se, no entanto, as condições de difusão entre a superfície do corpo e a ambiência.
O fluxo de secagem diminui progressivamente, passando a evaporação a produzir-se não à superfície do material, mas no seu interior. A posição da frente húmida é determinada pelo facto da quantidade de água líquida transportada por capilaridade até este nível ser de seguida conduzida até à superfície do corpo, por difusão de vapor, através de uma camada de material seco cada vez mais espessa. O cálculo do deslocamento da frente húmida no interior do material implica o conhecimento do coeficiente de difusivibilidade hídrica do material e respectiva evolução, que é função do teor de humidade.
Durante esta fase do processo de secagem, uma parte do material a secar encontra-se no domínio higroscópico, enquanto que a outra parte encontra-se no domínio capilar. Quando se atingir em todo o material o teor de humidade inferior ao teor de humidade crítico, isto é, quando o material apresentar um comportamento higroscópico, inicia-se uma terceira fase no processo de secagem.
Na terceira fase do processo de secagem, correspondente ao equilíbrio hígroscópico, o fluxo de secagem tende assimptóticamente para zero.
Nos materiais porosos, homogéneos e higroscópicos, para além do movimento da água líquida no seu seio, ocorrem fenómenos de difusão de vapor, cujas forças motrizes são forças de pressão parcial ou diferenças de concentração no caso dos líquidos.
O movimento da água no seio dos materiais de estrutura porosa é devido às forças de tracção que resultam da tensão superficial do líquido nos poros. Durante a secagem a água contida nos materiais desloca-se progressivamente dos poros mais grossos para os capilares mais finos, aumentando a tensão superficial e aspirando o líquido, através de sucção capilar, dos poros de maiores dimensões que lhe são vizinhos.
A sucção capilar é uma função decrescente do teor de humidade, tendo um máximo quando o teor de humidade é nulo, diminuindo rapidamente com o aumento de W e anulando-se quando o teor de humidade do material for igual ao seu teor de humidade máximo.